sigam-me nessa aventura...

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terça-feira, maio 31

O solista

Um filme imperdível, baseado na história real do músico Nathaniel, sem-teto que sofre de esquizofrenia. Ele é "descoberto" pelo jornalista Steve Lopez. Uma linda história! Vale a pena conferir. Recomendo! 

sábado, maio 21

Palavras....

Li uma história que ficou gravada na memória (autor desconhecido) "Duas irmãs tinham o hábito de comentar sobre a vida alheia, inventavam histórias que comprometiam, mentiam, o que provocava muitas confusões. Um dia a mãe das meninas, na esperança de mudar esse comportamento das filhas, sugeriu que elas pegassem uma almofada, abrissem e espalhassem ao vento. Foi uma brincadeira incrível, corriam, espalhavam as penas que levitavam ao vento. Finalmente, o quintal ficou dominado pelas penas. A seguir a mãe, com a intenção de corrigir as filhas,disse para que elas retornassem e pegassem todas as penas e enchessem novamente a almofada. Uma tarefa impossível! Então a lição foi concluída. As penas são como as palavras, que depois de espalhadas, não podem retornar, não podemos simplesmente trazê-las de volta. Isso nos mostra que é preciso um cuidado especial ao pronunciar as palavras, elas não podem voltar e desfazer um mal entendido. O corpo humano é perfeito, temos apenas uma boca, e dois ouvidos. Portanto, vamos apurar nossos sentidos para escutar mais e falar  o mínimo possível. Não há como recuperar palavras ao vento.

quinta-feira, maio 19

CLEPTOMANÍACA

O sistema de segurança no trabalho dá uma sensação de proteção. Pois as câmeras, nos mostram em tempo real, o que se passa no corredor, por trás da nossa porta de aço. Adoro perfumes, aromatizadores de ambiente, velas perfumadas... Coloquei sob o aparador em frente ao elevador, um arranjo com cascas, sementes, caroços secos, nele deposito gotinhas de óleo com essência diariamente. Mas, que surpresa! O arranjo está quase vazio, vejo muitas pessoas se aproximando disfarçadamente e num impulso incontrolável, carregam o que conseguem. Folhas secas, cascas, semente... Dá prá acreditar ? A cleptomaníaca não dá tréguas, carrega qualquer tranqueira. Ah, se soubessem que estão sendo vigiadas.

Siquera...

Lembranças... Meu filho mais velho, muito curioso perguntou:  "- Mãe, por que nunca comi siquera doce?" Fiquei intrigada, pois nunca consumi nada parecido, mas como criança está sempre descobrindo coisas novas.. pensei em propagandas nos intervalos dos desenho, ou até mesmo, algum amiguinho tenha levado de lanche. Fui logo perguntando. Mas o que é siquera doce? "-Não sei, nunca sobrou prá mim... Você sempre diz: Acabou siquera doce " Palavras interpretadas pela mente infantil. E você já provou esse doce? 

Mãos que pedem...

Trabalhar no centro da cidade, nos dá oportunidades. Vejo diariamente mendigos que se tornaram assíduos em pontos determinados. Um, especial me cativa. Por trás daqueles olhos, que se tornaram familiar, há muita história escondida. O encontro diariamente, e foi o socorrendo de uma queda  com machucados que sangravam, que nos tornamos familiarizados. Parei para entregar-lhe uma toalha para estancar o sangramento até o socorro chegar. Ele aparenta uns 60 anos, talvez tenha menos, mas a vida nas ruas, destruiu sua juventude. Ele é lúcido, e sempre sorri quando me aproximo. Não entendo o que leva uma pessoa a viver assim, mas provavelmente ele tenha encontrado nas ruas a paz que procurava para viver. Não posso considerá-lo vítima, nem mesmo um covarde, ele é um herói, por sobreviver de pequenas moedas e alimentos que lhe são ofertados. Mas minha curiosidade certamente encontrará respostas  ao descobrir sua história. Quem sabe, um dia, eu descubra o que se esconde, atrás daquelas mão que pedem. 

quarta-feira, maio 18

Cera... Enceradeira...

Minha memória funciona muito bem, tenho um arquivo perfeito. Na infância, era comum as crianças (meninas claro!) auxiliar nos pequenos trabalhos domésticos. Uma das funções que dividíamos era passar o escovão na casa, após uma boa encerada. Claro, tudo virava brincadeira. Uma puxava o escovão e outra sentava sob ele.  Até que um dia tudo mudou. Meu pai comprou uma enceradeira, aí foi uma mistura de sentimentos, alegria e tristeza se confundiram, pois deixaria de ser divertido. Até descobrirmos, que aquelas três escovas giravam o aparelho de forma muito engraçada quando o cabo ficava em pé. Pronto! Brincadeira nova!  Tínhamos que revezar, pois quem subia no aparelho girava como um maluco... A modernidade nos trouxe novas aventuras nos trabalhos domésticos. Que alegria! 

D. Arminda!

Quem gosta de filas? Eu não! Mas se D. Arminda estiver por perto, vale a pena ficar vinte minutos conversando... Fui ao banco, quinze pessoas na minha frente, fila do idoso, vazia! E acreditem, a última pessoa era D. Arminda, uma idosa com 85 anos. Fui logo, conversar e solicitei que ela poderia usar a fila preferencial. Mas ela me deu uma bela cutucada: " -Prá quê? Eu tenho tempo e adoro conversar". Pronto, a fila se tornou pequena a minha frente. Começamos um bate papo incrível. Acreditem! Ela trabalha ainda, em dois empregos, já se aposentou, mas continua com a família que trabalhou durante 40 anos. Cozinha e passa roupas. Eu fui logo afirmando: - Puxa a Sra. deve cozinhar bem, deve gostar. "-Que nada! Não gosto, mas faço porque não gosto de ficar em casa, também não gosto de passar roupas, mas passo muito bem. E hoje em dia tudo é mais fácil, a máquina lava a roupa, o ferro é leve e tem vapor, no meu tempo, era com carvão, um ferro pesado..." Puxa, fiquei encantada, quanta disposição! Aí, perguntei se ela era viúva: "- Que nada, meu marido, me deixou quando meu filho tinha 6 anos, foi embora com outra, mas não fez falta, ele só era bom na cama, mas me dava tanto trabalho, era exigente, então o azar foi dele.Filho eu só tenho um, mas é um ingrato, fica dias sem me ligar, mas quando ele aparece, dou uma gelada nele." Fim de fila! Que pena! Espero reencontrar D. Arminda, um exemplo a ser seguido, tem alegria de viver, disposta, dedicada, comunicativa, trabalhadeira e tem o dom de encurtar filas.